REVISTA PARATUDO

O que são cidades inteligentes dentro da realidade brasileira?

por | out 25, 2020 | Paratudo | 0 Comentários


Artigo baseado na palestra “Cidades inteligentes, tecnologias existentes”, ministrada por Anthony Ling na VII Conferência Metropolitana da RMBH, em 28 de novembro de 2019. Assista ao vídeo completo da apresentação no final deste artigo.

Smart Cities, ou as cidades inteligentes, estão cada vez mais em evidência, mas dificilmente sabemos descrever exatamente o que são.

Seriam cidades que conseguem adotar, de forma descentralizada, o conjunto de novos aplicativos de diversos provedores voltados a serviços urbanos que cada vez mais estão presentes no nosso dia a dia?

Ou então aquelas que contratam uma grande empresa para gerenciar e monitorar todos os serviços urbanos da cidade, como um grande centro de comando?

Estariam os chineses implementando cidades inteligentes no momento em que usam tecnologia e big data para monitorar seus cidadãos?

Songdo, um distrito na Coreia do Sul, se propôs a implementar os conceitos de Smart Cities em um grande projeto em uma nova região da cidade. A 12 km do aeroporto de Seul, a área de 1 mil hectares foi lançada em 2002, com a meta de atingir 300 mil habitantes em 13 anos, com solução integrada da Cisco.

16 anos depois, Songdo foi um grande fracasso: com apenas 70 mil habitantes e investimento de 40 bilhões de dólares.

O mesmo vale para Masdar, uma “smart city” construída no meio do deserto de Abu Dhabi, que até hoje permanece vazia.

Esse exemplo nos faz lembrar de algumas coisas: adensamento demográfico não é algo que se gera, é algo que se permite acontecer a partir de uma demanda já existente por território, e que cidades não são feitas de tecnologias ou prédios, mas de pessoas com necessidades muito simples.

Necessidades mais simples do que se imagina: moradia adequada, saneamento básico, meios de transporte adequados, acessibilidade ao mercado de trabalho e serviços. É possível atingir isso sem fibra ótica, aplicativos de celular ou centrais de comando.

Antes de pensarmos em tecnologias futuras, gostaria de lembrar que a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) ainda tem centenas de milhares de pessoas morando em favelas, concentrando quase 5% das favelas do Brasil. Mais de 11% dos moradores de Belo Horizonte, ou mais de 300 mil dos seus cidadãos, vivem em condições precárias, sem acesso ao mínimo de infraestrutura e serviços. Somam-se ainda outras centenas de milhares em moradias que chamo de semi-formais, com título de propriedade, mas sem seguir as regras que incidem sobre o seu terreno.

A capital mineira ainda tem um índice de acessibilidade a moradia preocupante, mesmo em uma realidade brasileira que, em geral, está longe de ser positiva. Este gráfico mostra a razão entre o preço médio de imóveis listados pelo índice FIPE/ZAP e renda média familiar das maiores capitais brasileiras: no caso de Belo Horizonte, o cidadão precisa, em média, gastar quase 12 vezes o seu salário anual para comprar um imóvel, o que evidencia a sua falta de acessibilidade.

Para conferir artigo completo, Vale o Clique!

Via Caos Planejado

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ISSN 1018-4783

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