REVISTA PARATUDO

E o Brasil pode virar um Foguete na Educação.

por | jan 16, 2013 | Paratudo | 4 Comentários

Tudo bem, você que é leitor assíduo do blog deve estar se perguntando o que vou comentar sobre uma matéria da revista veja.

Não tenho a assinatura dela, mas outro dia vi uma revista que me chamou a atenção: a matéria da capa da revista levantava a possibilidade do Brasil se transformar num “foguete”, em diversas áreas – dizia assim – Soluções instantâneas capazes de fazer o Brasil virar um foguete – na economia, educação, política, justiça, saúde e muito mais.

Soluções instantâneas já é um absurdo, mas procurei ler a questão da educação, pois fiquei curioso para ler a opinião da especialista – que, segundo a veja, os nomes recrutados para as diversas áreas são as mentes mais brilhantes do país.

Olha só a ideia da Sra. Maria Helena Guimarães Castro, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, publicada nas páginas 76 e 77.

“O diretor da escola monta a própria equipe. Se o desempenho dos alunos nas avaliações não atingir as metas, o diretor será afastado e substituído por um vice-diretor de escola da mesma região que atingiu ou superou as metas.”

Que problema resolveria
Melhoraria a qualidade e a equidade do sistema educacional do país.

Efeitos positivos imediatos
A avaliação dos diretores impede a acomodação e estimula os bons profissionais a buscar seu espaço, tornando as redes de ensino mais efetivas.

Quem é contra
Os sindicatos e os profissionais de educação em situação de conforto com a falta de avaliação de metas objetivas.

Faltam-me adjetivos apropriados para descrever a ideia da especialista.
Mas vou tentar me conter. Uma solução instantânea na área da educação é apresentada e quem é contra – segundo a colega (será que ela é professora?) são os profissionais da educação que em situação de conforto com a falta de metas objetivas. 
Vamos lá. Fico até constrangido em ler tamanha besteira, mas quero dar minha contribuição ao tema em questão para quem sabe o Brasil virar um foguete na área da educação – e resumo minha sugestão de forma mais simples: 

Dinheiro, muito dinheiro. 
Para ser aplicado em:
Salário do professor: piso mínimo de 7.000,00 reais. Porque se eu sou diretor quero os melhores no meu time – certo Dona Maria Helena, e com a bagatela de 1.451 reais os melhores certamente – aqueles poucos que se aventuraram pela área da educação – não estão mais nas escolas e em nenhum time de pedagogos, cara Helena. Ficou interessado no salário? Eu também. Aliás este piso é mais ou menos o salário de um professor doutor das universidades federais do Brasil. Você que seria diretor de escola teria um time de interessados e bem preparados profissionais. 
Estrutura física: os edifícios das escolas e bibliotecas das cidades brasileiras seriam os melhores edifícios das cidades. Os mais belos, funcionais e interessantes edifícios da cidade seriam as escolas. Os projetos dos edifícios seriam objeto de concurso público e um rigoroso memorial descritivo exigiria materiais nobres e de muita qualidade – daqueles que você só ve nos tribunais de justiça das capitais brasileiras ou nos palácios de Brasília.
As salas de aula seriam equipadas com o que há de melhor e mais caro em termos de mobiliário – as carteiras de algumas escolas, quando há, são vergonhosas, fora do padrão de ergonomia e antropometria, com materiais péssimos e de péssimo gosto. Isso mesmo, o mobiliário deveria ser tão bonito e confortável quanto as cadeiras do legislativo brasileiro.
Os laboratórios seriam os melhores locais da escola. Equipamentos de última geração fariam parte da estrutura das escolas com computadores e toda a parafernalha tecnológica que é necessário para a formação dos estudantes, incluindo aí uma internet digna – afinal o mundo digital está aí, ou aqui e não há como fugir.
Formação profissional. Os professores da rede pública teriam acesso a bolsas de pesquisa para especializacões, mestrados e doutorados.
Mas você agora deve estar pensando, que a minha proposta não é instantânea e de fato ela não é.
Para a educação não há soluções instantâneas, cara Helena, há soluções e acredito que boa parte delas tenham relação com o investimento de recursos financeiros.
Fora isso é conversa fiada, ou seja, assunto para a Veja.

EDITO RIAL

A Revista Paralax é também fruto da construção criativa e responsiva do Paralelo Amarelo: plataforma que comunica arte, cultura, arquitetura, urbanismo, design e fotografia, com uma ênfase em nossa produção regional.

ISSN 1018-4783

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4 Comentários

  1. Jasiel Calixto

    Acertadíssima a sua opinião meu amigo. Quando li a matéria fiquei mudo e tive, imediatamente, o mesmo pensamento, que não é novidade. Precisa-se de investimento financeiro na área mais imporante: o professor, o ser pensante capaz de transformar realidades. Brasil, o país miojo.

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  2. Unknown

    Eu normalmente tenho reações mais falantes…mas essa "instantâneidade" aliada às metas não me deixam nem um pouco a vontade. É necessário investimento para a longo prazo vermos algo diferente na nação.
    Abraço, amigo.

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  3. Unknown

    Bráulio, parabéns pelo texto e pelas proposições nada instantâneas. Fico pensando na tal liberdade de imprensa também. Será que é democrático e livre um veículo com tal poder de penetração na sociedade trazer ideias e ideais tão instantâneos quanto incoerentes? Será qual o destino do foguete q estamos criando com essa mídia de vejas e globos? grande abraço! Edinardo Lucas

    Responder
  4. Unknown

    Valeu Edinardo! Penso que você tem razão sobre a responsabilidade da imprensa, principalmente veículos como a Veja. A matéria é ridícula! Acho que esse foguete – feito às pressas – corre o risco de não decolar, e o pior explodir. Outro abraço.

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