REVISTA PARATUDO

BOLACHAS DO MAR

por | jan 18, 2008 | Paratudo | 2 Comentários

Bráulio Vinícius Ferreira.
Arquiteto, professor e turista.

FOTO: Bráulio Vinícius Ferreira

O leitor já deve estar fazendo a pergunta:

O que um texto sobre bolachas do mar faz no blog do Bráulio? Eu explico.

Nestes primeiros dias do mês de janeiro fizemos uma viagem para o litoral. Fomos para a Bahia, mais precisamente Ilhéus.

Coisa boa é curtir férias com a família e os amigos. Viagem boa – tirando um trecho de 10 km que o governo bahiano insiste em chamar de estrada – tudo muito ótimo.
A praia uma diversão. Areia, mar, água muita água viva.

Uma bióloga lá de Ilhéus em entrevista a um telejornal local insistiu em dizer que não há uma super-população de água-viva. Mas vou te dizer uma coisa: nunca vi tanta assim. Felizmente nenhuma nos “atacou”.
Mas o assunto é: Bolachas do Mar.
Em um passeio que eu e a minha digníssima esposa fizemos pela praia. Quem eu vejo lá na areia? Um ser vivo marinho…algo estranho…mas parecia-me familiar, já tinha visto aquela forma em algum lugar… meio retangular…

Eis que surge uma pergunta: O que é isso? Na hora veio a mente a aula de biologia da minha professora Lindomar. Uma bolacha do mar…é mesmo…sabe aqueles desenhos legais que os profesores de biologia faziam no quadro? Pois é era igualzinho. Uma bolacha do mar.

Depois do evento voltei satisfeito em saber que eu havia aprendido o que era uma bolacha do mar.

Foi inevitável pensar: Na utilidade daquele conhecimento, ou no que este conhecimento fez pela minha vida. É claro que conhecer as coisas é importante – não quero ser nenhum igonorante em biologia marinha – mas pense comigo: Tenho 35 anos. Neste período de vida fui ao litoral 7 vezes, o que me dá uma média extraordinária de uma ida à praia a cada 5 anos da minha vida. Pois bem. O conhecimento da bolacha do mar em nada acrescentou se não pelo fato de reconhecer que era um inofensivo…bicho do mar.

Por outro lado, já devo ter ido umas “duzentas” vezes à zona rural – não quis fazer a conta. E só sei reconhecer um Ipê em período de floração. Ignorância de um ecossistema importante para nossa vida, sobretudo aqui no centro do país.

Levo a lição da bolacha do mar para minha sala de aula:

O que ensinar para os jovens arquitetos: biologia marinha ou cerrado?
O que é importante para a construção do conhecimento de jovens arquitetos? Que conteúdos apresentar, discutir e aprofundar?

EDITO RIAL

A Revista Paralax é também fruto da construção criativa e responsiva do Paralelo Amarelo: plataforma que comunica arte, cultura, arquitetura, urbanismo, design e fotografia, com uma ênfase em nossa produção regional.

ISSN 1018-4783

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2 Comentários

  1. Unknown

    A diversidade faz parte 🙂
    Acho que devemos conhecer de tudo um pouco, ter diferentes e novos olhares.
    Legal sua descrição ao conhecer as bolachas, hauihauiah

    Responder
  2. arrosa

    A natureza é um ecossistema perfeito e devemos conhecê-lo melhor para preservá-lo melhor, e não da forma como se proclama atualmente: não jogue lixo na praia, mas a lixeira da cidade é de enfeite; não nade depois da faixa de segurança se na cidade a faixa de segurança é mero enfeite; então são contradições que me deixam perplexa! Nunca visitei nenhum litoral, nem no Brasil, nem no exterior, porque não gosto de sol na minha pele de jeito nenhum. O que você disse é importante: ensinar algo que vivenciou e nos abrir a mente para novos olhares sobre o que nos cerca! E melhor ainda questionar os eventos que nos acontecem. Aline Ribeiro Rosa

    Responder

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