Bráulio Vinícius Ferreira.
Arquiteto, professor e turista.
FOTO: Bráulio Vinícius Ferreira
O leitor já deve estar fazendo a pergunta:
O que um texto sobre bolachas do mar faz no blog do Bráulio? Eu explico.
Nestes primeiros dias do mês de janeiro fizemos uma viagem para o litoral. Fomos para a Bahia, mais precisamente Ilhéus.
Coisa boa é curtir férias com a família e os amigos. Viagem boa – tirando um trecho de 10 km que o governo bahiano insiste em chamar de estrada – tudo muito ótimo.
A praia uma diversão. Areia, mar, água muita água viva.
Uma bióloga lá de Ilhéus em entrevista a um telejornal local insistiu em dizer que não há uma super-população de água-viva. Mas vou te dizer uma coisa: nunca vi tanta assim. Felizmente nenhuma nos “atacou”.
Mas o assunto é: Bolachas do Mar.
Em um passeio que eu e a minha digníssima esposa fizemos pela praia. Quem eu vejo lá na areia? Um ser vivo marinho…algo estranho…mas parecia-me familiar, já tinha visto aquela forma em algum lugar… meio retangular…
Eis que surge uma pergunta: O que é isso? Na hora veio a mente a aula de biologia da minha professora Lindomar. Uma bolacha do mar…é mesmo…sabe aqueles desenhos legais que os profesores de biologia faziam no quadro? Pois é era igualzinho. Uma bolacha do mar.
Depois do evento voltei satisfeito em saber que eu havia aprendido o que era uma bolacha do mar.
Foi inevitável pensar: Na utilidade daquele conhecimento, ou no que este conhecimento fez pela minha vida. É claro que conhecer as coisas é importante – não quero ser nenhum igonorante em biologia marinha – mas pense comigo: Tenho 35 anos. Neste período de vida fui ao litoral 7 vezes, o que me dá uma média extraordinária de uma ida à praia a cada 5 anos da minha vida. Pois bem. O conhecimento da bolacha do mar em nada acrescentou se não pelo fato de reconhecer que era um inofensivo…bicho do mar.
Por outro lado, já devo ter ido umas “duzentas” vezes à zona rural – não quis fazer a conta. E só sei reconhecer um Ipê em período de floração. Ignorância de um ecossistema importante para nossa vida, sobretudo aqui no centro do país.
Levo a lição da bolacha do mar para minha sala de aula:
O que ensinar para os jovens arquitetos: biologia marinha ou cerrado?
O que é importante para a construção do conhecimento de jovens arquitetos? Que conteúdos apresentar, discutir e aprofundar?
A diversidade faz parte 🙂
Acho que devemos conhecer de tudo um pouco, ter diferentes e novos olhares.
Legal sua descrição ao conhecer as bolachas, hauihauiah
A natureza é um ecossistema perfeito e devemos conhecê-lo melhor para preservá-lo melhor, e não da forma como se proclama atualmente: não jogue lixo na praia, mas a lixeira da cidade é de enfeite; não nade depois da faixa de segurança se na cidade a faixa de segurança é mero enfeite; então são contradições que me deixam perplexa! Nunca visitei nenhum litoral, nem no Brasil, nem no exterior, porque não gosto de sol na minha pele de jeito nenhum. O que você disse é importante: ensinar algo que vivenciou e nos abrir a mente para novos olhares sobre o que nos cerca! E melhor ainda questionar os eventos que nos acontecem. Aline Ribeiro Rosa