REVISTA PARATUDO

ATLÉTICO

por | nov 8, 2008 | Paratudo | 1 Comentário

Estamos na Segunda Divisão!

Neste post uma homenagem ao meu pai, um atleticano convicto.

HOMENAGENS VIVAS PAI ATLETICANO
Existe alguma coisa mais empolgante que ver seu time jogar em um estádio de futebol? É bom ir ao estádio Serra Dourada. As primeiras impressões são interessantes. O vigia do carro que diz que vai fazer o preço a um real, só porque “é para você” As pessoas correndo porque estão atrasadas, a fila na bilheteria. Na fila acontecem as coisas mais engraçadas de uma partida. Um observador atento se diverte muito antes de entrar no estádio. A impaciência é comum nesse momento, e não faltam desaforos ditos e ouvidos. Ao passar a catraca vem uma “revista” dos PMs. As bombas que estouram no decorrer da partida atestam que, ou a revista não é eficiente ou a criatividade dos torcedores em “esconder” as bombas é algo incrível.
A expectativa para ver o jogo nos empurra para as arquibancadas e logo quando passamos pelo acesso nos deparamos com aquele imenso espaço aberto – o campo. As arquibancadas em volta formam uma espécie de moldura. Estamos prontos para escolher um lugar. De que lado vamos ficar? O time vai atacar pra que lado? Ao sentarmos começamos a ver a composição do time. Procuramos um vendedor de picolé, amendoim. A figura do cara que vende cafezinho. Quem não se lembra de um vendedor de café – um senhor negro, forte – que carregava uma espécie de tanque pendurado muito semelhante à uma sanfona…sua voz forte de longe anunciava “cafezinho”. Ontem não vi ninguém vendendo café. Só cerveja e refrigerante.
A torcida se agita e as grandes bandeiras acentuam ainda mais a explosão de cores. Há muito mais para se ver além da partida. Pena que em jogo de futebol nos estádios ainda não tem replay. Lembro-me de sentir falta desse dispositivo. Queria rever as imagens, saber se foi pênalti ou se o jogador apenas simulou. Queria rever o gol. Mas há suas compensações. Num jogo você pode comemorar mais gols do que aqueles que existiram. Eu explico, é que dependendo de onde você se sentou você pode ter uma visão diferente. Aquela bola que passa de lado das traves… pra você entrou, e você e toda a torcida se levantam, gritam. Pode até não ser gol, mas a emoção é de um gol.
Outro evento interessante que acontece é o que eu chamo de “terapia coletiva”. Há algo mais terapêutico do que milhares de pessoas “xingarem” o juiz em coro – que me desculpem os juizes e suas mães – mas é muito bom mesmo. Outro dia vi uma entrevista de um famoso árbitro brasileiro que diz não ligar para os xingamentos: faz parte do futebol… tenho uma mãe só para levar para os jogos – completou o juiz em tom de ironia. Ontem ao xingar o “digníssimo” xinguei com vontade e saí de lá mais leve.
Mas para mim – e para todas as torcidas – o mais importante e emocionante é o momento do gol. Gol contra, de mão, de barriga, chorado, empedido, pênalti, de bola parada, de uma jogada fantástica – não interessa. A explosão de alegria é fantástica. Todos gritando. A comemoração passa a ser um ato coletivo. Você vira para as pessoas e todas estão alegres. Comemoram algo que não vai mudar suas vidas em nada, mas mesmo assim comemoram.
Para mim o gol tem outro significado: o gol é a chance do abraço e do calor do pai, do sentimento singelo de alegria e diversão juntas. Obrigado Pai, pelos abraços e pelos gols vistos e vividos.
Ontem, para minha felicidade, foram 3 abraços.

EDITO RIAL

A Revista Paralax é também fruto da construção criativa e responsiva do Paralelo Amarelo: plataforma que comunica arte, cultura, arquitetura, urbanismo, design e fotografia, com uma ênfase em nossa produção regional.

ISSN 1018-4783

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1 Comentário

  1. Mauricio

    Me fez lembrar o tempo que ia assistir jogos com meu pai no JK em Itumbiara. Morei tanto tempo ao lado do Serra Dourada e nunca fui lá. Que pena…

    Forte abraço meu irmão.

    Responder

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