Bráulio Vinícius Ferreira Arquiteto e morador do 201.
Foto: Bráulio Vinícius Ferreira.
Esse ano é o ano em que me preparo para o doutorado. E como é sabido o doutorando deve desenvolver uma tese – que teoricamente – deve ser inédita. Pensando nisso e nos meus vizinhos de cima e de baixo apresento aos meus leitores a minha tese que pretendo desenvolver -: Apartamento – uma invenção do capeta.
É isso mesmo. Passo a acreditar nessa tese com muito entusiasmo- ou não, pois tenho vivido uma experiência antropológica desde de 1997. Ano que resolvi alugar um apartamento.
Não há nada pior no mundo do que um apartamento que tenha vizinhos de cima e de baixo. Se o camarada vai ao banheiro – você sabe. Se ele não vai – também. Se o casal resolve brigar ou namorar você também fica sabendo. Incrível. Como algo pode ser tão ruim como um apartamento.
Moro em um apartamento que não tem elevador só escada – refinamento da invenção do coisa ruim – como vocês já podem imaginar o dia de fazer compras é fatídico. Levar aquelas sacolas de compras é um martírio, embora eu tenha feito descobertas interessantes: o corpo humano, especificamente os meus dedos mudam de cor – de acordo com as minhas experiências – vai de um leve tom cor de “pele” ao roxo profundo.
Hoje enquanto eu tentava desfrutar de meus últimos minutos de férias meu vizinho de cima insistia em infernizar a minha vida. Não tem lógica. O camarada anda com um tamanco holandês em casa – só pode, ou então ele cavalga num pônei que ninguém viu subir.
Nesse momento de sublime inspiração tive uma idéia feliz. Pensei vou postar no meu blog a tese de que apartamento é uma invenção do diabo.
Não satisfeito com a idéia pensei em outra coisa: a partir dessa semana vou postar uma série de textos que têm como objetivo difundir a teoria e a prática de como infernizar a vida do meu vizinho de baixo.
Aguardem. Se eu não surtar antes.
*PS – TODAS AS HISTÓRIAS SÃO FICTÍCIAS É CLARO.
É… vizinhos são assim, mas mesmo morando em casa vc não tá livre de perturbações. Já tive uma vizinha que tinha um cabrito de estimação e um maluco que criava um ganso na coleira! Imagina um bicho berrando a noite e o outro passeando na rua com o dono!
Em apto ficamos mais próximos mesmo, vc conhece a intimidade dos vizinhos, gostos… pense em comprar um pula-pula pro seu filho, o vizinho de baixo certamente vai amar 🙂
abraços
Tenho uns vizinhos que são fanáticos religiosos em Banda Calipso. Eles colocam o cd no “repeat” tocando o dia inteiro e bem alto. Ouvir qualquer coisa pode, mas o dia inteiro e no “repeat”? Só falta cortar os pulsos ou tinjir a franja igual ao Chinbinha.
Caro Bráulio, devo concordar q sua tese é, de fato, oportuna. Apartamento é invenção do capeta.
Conheço muito bem o desespero de uma criatura q quer dormir à noite enquanto sua vizinha de cima galopa num salto de madeira ao chegar da balada,geralmente depois das 4 am.
Entretanto, ao me mudar de um apto para casa, vejo essa tese como um afunilamento do seguinte tema: Vizinhança – uma invenção do capeta.
Veja bem, por mais q vc tente nao manter contato algum com seu vizinho (neste caso específico, a família q mora à minha esquerda), ele sempre sabe q sabado à tarde, quando vc está morta de fome, ele está assando carne. O filho do casal é um adolescente como outro qualquer: adora música alta. Nenhum problema, tb gosto e tb ouço, mas não é “metamorfose ambulante” durante 12 horas por dia, sendo esta substituída por “geração coca-cola” nas outras 4 horas em q a criatura se encontra acordada.
A familia q mora à direita é mais discreta, mais pacífica, porém é impossivel nao escutar os berros das mãe com o filho, dizendo “GABRIEEEEEEEEEL, VC É BURRO? DERRAMOU IOGURTE NO TAPETE”, ou mesmo “GABRIEEEEEEEL, EU VOU RACHAR SUA CARA NO MEIO SE VC NÃO PARAR DE CHORAR”. Só q infelizmente o tal “Gabriel” deve ter no máximo 3 anos de idade.
Em suma, quis dizer que, se resolver fazer um pós doutorado pode analisar a possibilidade de aumentar o campo de atuação das invenções do diabo com relação a vizinhança, de modo geral.
Para finalizar, me borrei de rir com seu texto, e “ouço” claramente o tom de ironia quando diz q “TODAS AS HISTÓRIAS SÃO FICTÍCIAS É CLARO.”
Abraço, grande mestre,
q a paz do Papai esteja sempre com vc e sua família.
Priscila Saba
Bráulio, que inferno é esse? Acho que um dia vc vai ter o privilégio de morar numa casa térrea e desfrutar de paz e tranqüilidade… Acho que o ‘apertamento’ tinha que sofrer classificações: condomínio para velhos rabugentos, condomínio para adolescentes que gostam de ouvir música no último volume, condomínio para pessoas com animais domésticos, condomínio para casais com um filho, sabe? O fato é que as muitas pessoas não são sensatas nem se colocam no lugar do vizinho, e essas atitudes são questões de educação de berço mesmo. Um abraço. Aline Ribeiro Rosa-8ºp. Arq. e Urb.-UEG.
ESSE É SEM DUVIDA SEU MELHOR POST!!!
(e olha que gosto de todos, mas esse eu mostrei pra minha mãe pro meu irm~~ao, pro meu pai e pro meu namorado)
Quem escreveu isso foi você mesmo ou foi o Zé Renato?
Quando li foi como se a voz dele narrasse.
Mas sim, você tem completa razão, já passei por isso!
Sugestão: Bolinhas de gude pro seu filho, o vizinho vai amar!
é um verbo que conjugamos juntos: Eu sofro, tu sofres, ele sofre, nós sofremos…
A minha vizinha faz colar de miçanga sabe? Imagina quando caem todas as pedrinhas do colar que ela esta fazendo? Tenho a impressão que está chovendo sinos na minha cabeça…Será que a função arquitetônica da laje é ampliar o som, de um andar para outro? afff!
Shilei…
Vc tem razão…sofremos todos e a conjugação também é em todos os tempos.
Obrigado pela visita e comentário.
Valeu.
Pô Bráulio, e eu achando que você que era o dono do pônei e me fala que são histórias fictícias… Também acho chato morar em apto, não pelos vizinhos, porque os meus nunca me incomodaram, mas por outros motivos, casa é sempre melhor!