HOMENAGENS VIVAS PAI ATLETICANO
Existe alguma coisa mais empolgante que ver seu time jogar em um estádio de futebol? É bom ir ao estádio Serra Dourada. As primeiras impressões são interessantes. O vigia do carro que diz que vai fazer o preço a um real, só porque “é para você” As pessoas correndo porque estão atrasadas, a fila na bilheteria. Na fila acontecem as coisas mais engraçadas de uma partida. Um observador atento se diverte muito antes de entrar no estádio. A impaciência é comum nesse momento, e não faltam desaforos ditos e ouvidos. Ao passar a catraca vem uma “revista” dos PMs. As bombas que estouram no decorrer da partida atestam que, ou a revista não é eficiente ou a criatividade dos torcedores em “esconder” as bombas é algo incrível.
A expectativa para ver o jogo nos empurra para as arquibancadas e logo quando passamos pelo acesso nos deparamos com aquele imenso espaço aberto – o campo. As arquibancadas em volta formam uma espécie de moldura. Estamos prontos para escolher um lugar. De que lado vamos ficar? O time vai atacar pra que lado? Ao sentarmos começamos a ver a composição do time. Procuramos um vendedor de picolé, amendoim. A figura do cara que vende cafezinho. Quem não se lembra de um vendedor de café – um senhor negro, forte – que carregava uma espécie de tanque pendurado muito semelhante à uma sanfona…sua voz forte de longe anunciava “cafezinho”. Ontem não vi ninguém vendendo café. Só cerveja e refrigerante.
A torcida se agita e as grandes bandeiras acentuam ainda mais a explosão de cores. Há muito mais para se ver além da partida. Pena que em jogo de futebol nos estádios ainda não tem replay. Lembro-me de sentir falta desse dispositivo. Queria rever as imagens, saber se foi pênalti ou se o jogador apenas simulou. Queria rever o gol. Mas há suas compensações. Num jogo você pode comemorar mais gols do que aqueles que existiram. Eu explico, é que dependendo de onde você se sentou você pode ter uma visão diferente. Aquela bola que passa de lado das traves… pra você entrou, e você e toda a torcida se levantam, gritam. Pode até não ser gol, mas a emoção é de um gol.
Outro evento interessante que acontece é o que eu chamo de “terapia coletiva”. Há algo mais terapêutico do que milhares de pessoas “xingarem” o juiz em coro – que me desculpem os juizes e suas mães – mas é muito bom mesmo. Outro dia vi uma entrevista de um famoso árbitro brasileiro que diz não ligar para os xingamentos: faz parte do futebol… tenho uma mãe só para levar para os jogos – completou o juiz em tom de ironia. Ontem ao xingar o “digníssimo” xinguei com vontade e saí de lá mais leve.
Mas para mim – e para todas as torcidas – o mais importante e emocionante é o momento do gol. Gol contra, de mão, de barriga, chorado, empedido, pênalti, de bola parada, de uma jogada fantástica – não interessa. A explosão de alegria é fantástica. Todos gritando. A comemoração passa a ser um ato coletivo. Você vira para as pessoas e todas estão alegres. Comemoram algo que não vai mudar suas vidas em nada, mas mesmo assim comemoram.
Para mim o gol tem outro significado: o gol é a chance do abraço e do calor do pai, do sentimento singelo de alegria e diversão juntas. Obrigado Pai, pelos abraços e pelos gols vistos e vividos.
Ontem, para minha felicidade, foram 3 abraços.
REVISTA PARATUDO
ATLÉTICO
Estamos na Segunda Divisão!
Neste post uma homenagem ao meu pai, um atleticano convicto.
EDITO RIAL
A Revista Paralax é também fruto da construção criativa e responsiva do Paralelo Amarelo: plataforma que comunica arte, cultura, arquitetura, urbanismo, design e fotografia, com uma ênfase em nossa produção regional.
ISSN 1018-4783


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Me fez lembrar o tempo que ia assistir jogos com meu pai no JK em Itumbiara. Morei tanto tempo ao lado do Serra Dourada e nunca fui lá. Que pena…
Forte abraço meu irmão.