Bom, o pedido era escrever uma frase ou um parágrafo sobre o “Deriva” já começo falando que é impossível eu resumir tanto essa experiência tão magnifica que eu vivi nesse sábado. Esse projeto me fez reparar e analisar tudo do centro com um olhar curioso, um olhar de criança que fazia tudo parecer algo novo, belo e revelador. Até mesmo aquilo que já tinha visto parecia novo, pois era uma situação diferente estávamos em grupo e a maioria com uma máquina fotográfica na mão, prontos para fotografar tudo que olhos atentos já haviam registrado.E aquelas coisas que nunca tinha visto, agradeço por ter visto nessa situação, porque me fez observar cada detalhe e viver cada paisagem como se fosse única. Eu não tenho nenhuma experiência com fotos, sou totalmente amadora, mas tirar fotos me ajudou ainda mais a ver detalhes, pois antes de parar o momento na foto eu olhava e procurava o melhor ângulo, antes mesmo de posicionar a câmera. Assim, é como se eu visse duas vezes e cada uma delas desvela um aspecto diferente e um mais belo que outro.
Tirei muitas fotos de coisas que eu chamei de óbvias, as construções grandes e antigas, os grafites, por exemplo, mas também procurei registrar algo mais singelo, como a flor amarela na Avenida Goiás mesmo em meio a um protesto que lá ocorria, ou o pai e a filha de mãos dadas passeando pela mesma avenida. E sobre o óbvio o que dizer sobre as construções do centro, são realmente belas e, infelizmente, passam despercebidas em meio a tantos outdoors, carros e pessoas sempre apressadas.
E os grafites um mais lindo que o outro e estes por mais que caracterizam como o que eu estava chamando de óbvio, estavam em lugares que para mim, não eram nada óbvios, estavam em becos que jamais eu entraria senão fosse o deriva, Nesses momentos, mais do que em qualquer outro me senti descobrindo Goiânia, como por exemplo, o Teatro Carlos Moreira, com detalhes tão fortes e impactantes, mas infelizmente tão sucateado. E a praça José Ximenes que fica no final de um beco, essa realmente me surpreendeu, nunca imaginei que isso poderia existir, uma praça pequena com alguns botecos e muros que denunciam a violência policial existente.
Algo que me marcou bastante nessa experiência além da oportunidade de explorar a própria cidade é ver como as pessoas estranham isso. Várias me perguntaram se era curso de fotografia, jornalismo e para mim não era nada disso, faço psicologia e não tenho nenhuma experiência com fotografia, estava ali só para andar e registrar o que se destacava aos meus olhos. E como foi interessante o fato de que quando parávamos para registrar algo as pessoas que passavam em volta olhavam o que estávamos fotografando, dessa maneira o projeto de uma forma simples faz o outro que está de fora olhar atento ao que de alguma maneira estamos mostrando para eles que existe. Por fim, queria só agradecer ao projeto. Foi uma experiência mágica e que ano que vem, com certeza, vou repetir.
Só mais uma coisa, fui conversar com um amigo sobre aquele desenho que tem Jesus e uma melancia e ele disse que talvez a interpretação seja “uma brincadeira entre clubes de futebol, goiás e vila nova. O goiás tem a cor verde e o vila a cor vermelha. Uma vez o Túlio Maravilha, logo quando saiu do goiás para jogar no vila disse que ele tinha jogado no goiás, mas que o coração dele era vermelho, ou seja, que ele era vilanovense. Brincou ainda, na mesmo época que todo torcedor do goiás é igual melancia, verde por fora, mas vermelhor por dentro. Jesus na imagem está segurando um periquito na mão esquerda, mas não na mão direita que é a mão sagrada, pintada de vermelho, bem como o coração. Ademais, a mão com o periquito aponta claramente para a direção da outra mão, a pintada de vermelho. Basicamente, Deus é vilanovense!”
Fernanda Carolina Alves Cardoso
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