REVISTA PARATUDO

Escola de Arquitetura da Universidade de Miami

por | dez 18, 2018 | Paratudo | 0 Comentários


Descrição enviada pela equipe de projeto. A parceria entre o escritório Arquitectonica e a Escola de Arquitetura da Universidade de Miami é uma história de longa data. Bernardo Fort-Brescia, Laurinda Spear e seu filho Raymond Fort, sócios e fundadores do Arquitectonica, já foram ou são professores da escola de Miami. O projeto do edifício Thomas P. Murphy Design Studio vem para somar e dar ainda mais brilho a esta longínqua cooperação, concretizando o compromisso do escritório com a Universidade e com a cidade que acolheu e assistiu o nascimento e crescimento da empresa. O novo edifício de ateliês conta com mais de mil e oitocentos metros quadrados, um espaço colaborativo integrado que será a casa da próxima geração de arquitetos formados pela escola de arquitetura de Miami. Transpondo o conceito pedagógico para o espaço da físico da escola, o projeto transforma e amplia a maneira como se pretende ensinar arquitetura e além disso, recebeu a certificação LEED de sustentabilidade, mostrando a sensibilidade e a eficiência do mais novo edifício da Escola de Arquitetura de Miami. Sua estrutura de concreto aparente e vidro é por si só uma ferramenta para o ensino e aprendizado da disciplina, a qual expressa alguns dos princípios mais elementares da arquitetura moderna, de construção e sustentabilidade.

Localizado em uma importante interseção do Campus da Universidade de Miami, o edifício cria uma praça que se conecta à um caminho adjacente ao Metrorail de Miami. Em essência, o edifício é um grande salão aberto e coberto por uma laje de concreto aparente abobadada, a qual flutua à cinco metros de altura, suspensa por estreitas colunas de aço e paredes estruturais. A leveza da estrutura de cobertura e seu generoso pé-direito proporcionam uma completa sensação de abertura, permitindo que a luz natural permeie o edifício naturalmente. Uma empena de concreto curva marca o acesso principal da escola à partir da rede pública de transporte e sua conexão com o Centro de Arquitetura Jorge M. Pérez, um edifício projetado pelo arquiteto Leon Krier, o coração da faculdade de arquitetura e do Campus da Universidade de Miami. A parede ao sul, outra empena curva de concreto aparente, dialoga com o pórtico arqueado e o auditório octogonal do edifício de Krier. Atuando como um gesto simbólico de boas-vindas, convidando os alunos a entrar e suavizando as vigorosas linhas do edifício.

A cobertura por si só, uma esbelta estrutura de concreto, é o principal elemento arquitetônico do projeto. Ela se deforma ligeiramente, como se estivesse derretendo sob o sol forte da Flórida, formando um arco suave que proporciona ainda mais complexidade à silhueta do edifício. Além disso, seus generosos balanços proporcionam um sombreamento efetivo para as fachadas vítreas voltadas à leste e à oeste. A sinuosidade de sua forma compõe perfeitamente com a curva que marca a entrada do edifício, explorando toda a plasticidade das estruturas de concreto. Esses dois momentos formais, transformam o que seria apenas um singelo pavilhão em um edifício extremamente expressivo e dinâmico, incorporando princípios modernistas em um projeto contemporâneo de arquitetura que servirá como uma referência para as futuras gerações.

A implantação, orientação e seus principais elementos foram concebidos de acordo com o movimento do sol de forma a garantir as melhores condições de conforto no interior do edifício, até mesmo nos meses mais quentes do ano. A laje de concreto inclina-se em direção ao sul para melhor sombrear a fachada mais exposta a incidência direta do sol. Devido à sua envoltória completamente translúcida e permeável, o edifício pode ser utilizado durante o dia sem a necessidade de iluminação artificial, lembrando de que este é o primeiro edifício a apresentar um sistema de panos de vidro resistentes a furacões com mais de 5 metros de altura. Além disso, janelas operáveis permitem uma adequada ventilação cruzada no verão para minimizar a necessidade do uso de sistemas artificiais de condicionamento de ar.

O ateliê é o coração de uma escola de arquitetura, a fonte de inspiração para seus alunos e futuros arquitetos. Ostentando as mais modernas instalações, espaços expositivos e sociais, o projeto deste ateliê sintetiza todos os conceitos pedagógicos do ensino da arquitetura nos dias de hoje, reunindo-os com perfeição  sobre esta escultórica laje de concreto. O espaço de trabalho em si é baseado em um módulo de cinco metros quadrados que pode acomodar uma ampla variedade de configurações de layout. A partir da entrada principal chega-se à um foyer que suavemente nos encaminha até os estúdios. As paredes leste e oeste do volume central foram concebidas como grandes painéis expositivos, onde os alunos podem afixar seus trabalhos e compartilhá-los com toda a escola. Os ateliês ao lado sul foram destinados aos cursos de design e construção e possuem acesso direto às áreas de trabalho ao ar livre. Os volumes cúbicos dispersos dentro do espaço de ateliê abrigam diferentes programas: cortinas para as salas de aula, vidro e painéis para salas de reunião e seminários, concreto para o laboratório de fabricação de modelos. Dois outros pavilhões independentes abrigam as salas dos professores, os quais podem ser constantemente redesenhados e reconstruídos pelos alunos a cada ano, proporcionando um ambiente fértil para a criatividade e o trabalho colaborativo.

Via ArchDaily

EDITO RIAL

A Revista Paralax é também fruto da construção criativa e responsiva do Paralelo Amarelo: plataforma que comunica arte, cultura, arquitetura, urbanismo, design e fotografia, com uma ênfase em nossa produção regional.

ISSN 1018-4783

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