Pra quem vem acompanhando a seção Arquitetura e Poesia, mais um poema da Arquiteta Gabriela Silveira.
Obrigado pelas belas palavras que embalam nossas mentes em horizontes diferentes e leves.
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FOTO: BRÁULIO VINÍCIUS – PÉS DE CRIANÇA BRINCANDO NA CHUVA |
Meus pés
Meus pés são a marca de meu brio,
Desenham ciclos no chão, atravessam o vazio.
Chegam, partem sem mais desatino.
Meus pés cansam de andar sem destino.
Escolhem as pedras, os abismos à frente.
Meus pés saltam, exigem que eu tente.
Dançam, ao invés de cair.
Insistem em resistir.
Usam como ponte meus pensamentos,
E descobrem meus sonhos muito mais atentos.
Neste chão, mapeiam as estradas porque passei,
Sapateiam vigorosos sobre o que não sei.
Estes são meus pés, que me animam a usar
As asas que teimo em guardar.
Para que, enfim, meus pés possam descansar.
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