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Sesc Pompeia – Exposição sobre os 100 anos da Bauhaus

por | nov 12, 2018 | Paratudo | 0 Comentários

O Sesc Pompeia acaba de inaugurar a exposição bauhaus imaginista: Aprendizados Recíprocos. A mostra é um dos quatro “capítulos” do projeto internacional que comemora o centenário da Bauhaus, a inovadora escola de arquitetura, artes e design, que foi fundada na Alemanha em 1919 e fechada pelo regime nazista 14 anos depois.

A parceria da Bauhaus Cooperation, do Goethe–Institut e da Haus der Kulturen der Welt (HKW), de Berlim, abrange diferentes exposições, simpósios e debates que estão percorrendo desde o mês de março países que foram influenciados pela pedagogia da Bauhaus, como Japão, China e Rússia. O objetivo é explorar intercâmbios transculturais entre os diversos movimentos globais de reforma que enxergavam na arte um agente de mudança social. No próximo ano, uma mostra reunirá todas as obras de bauhaus imaginista em Berlim.

O projeto tem curadoria de Marion von Osten (Berlim) e Grant Watson (Londres), com apoio dos pesquisadores Luiza Proença (São Paulo), Maud Houssais (Rabat), Anja Guttenberger (Berlim), Elissa Auther (Nova Iorque) e Erin Alexa Freedman (Nova Iorque).

APRENDIZADOS RECÍPROCOS

Apresentando cerca de 30 artistas e 300 trabalhos – entre cerâmicas, têxteis, desenhos, utensílios populares, livro originais da biblioteca da Bauhaus, cartazes, fotografias, publicações, correspondências e vídeos –, o “capítulo” Aprendizados Recíprocos conta com contribuição da curadora, pesquisadora e escritora Luiza Proença, que já ocupou cargos de curadoria no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na 31º Bienal de São Paulo e de projetos no Instituto Lina Bo e P.M. Bardi.

Tendo como ponto de partida a obra Tapete (1927), de Paul Klee, um pequeno desenho com tinta nanquim, que evidencia o interesse do artista alemão pelas artes decorativas e culturas populares tradicionais, a mostra brasileira explora o papel desempenhado pela apropriação cultural, tanto no período da Bauhaus como seu no legado posterior, e investiga as relações entre arte e o artesanato populares e pré-coloniais com professores e estudantes emigrados da instituição.

Tapete se relaciona com a trajetória da Escola de Belas Artes de Casablanca, no Marrocos. O país tinha conquistado a independência da França havia apenas seis anos, quando o artista Farid Belkahia se tornou diretor da escola, em 1962, iniciando uma transformação pedagógica radical, baseada nos métodos da Bauhaus. O programa afirmava a necessidade de descolonizar a cultura marroquina, chamando a atenção para as artes manuais, como a confecção de joias, tapetes e cerâmicas, além de práticas arquitetônicas tradicionais do norte da África, como os murais berberes.

O núcleo destaca a pintura em óleo sobre cartão da série Os Espelhos (1967), de Ahmed Cherkaoui. Interessado pela caligrafia islâmica, cerâmica marroquina e tatuagens e ourivesaria dos berberes, ele se tornou modelo de toda uma geração de artistas do país. Também são mostradas Ritmos (1964), aquarela sobre papel Farid Belkahia, e serigrafias (1975) de Mohamed Melehi.

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Via ArchDaily

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