REVISTA PARATUDO

Inscrição de 2.000 anos resolve o último mistério da devastação de Pompeia

por | nov 20, 2018 | Paratudo | 0 Comentários

Os cadáveres petrificados estavam com roupas demais, usavam peças de lã e casacos compridos que cobriam seus corpos. Havia braseiros nas portas das casas e alguns dos frutos carbonizados não correspondiam à data da colheita. Elementos demais não se coadunavam com o 24 de agosto, a data em que o Vesúvio tinha oficialmente entrado em erupção e soterrado Pompeia, na Itália, para sempre. Não havia muito mais dados, e sempre se acabava encontrando uma justificativa que se encaixasse à força nos elementos daquela cena apocalíptica. A última descoberta em uma das paredes das casas que emergem das novas escavações em Pompeia mandou milhões de livros de história de volta à gráfica. O Vesúvio entrou em erupção no outono, e não no verão, como se acreditava.

Uma inscrição a carvão descoberta na parede de uma casa pôs fim às dúvidas sobre a data da erupção mais famosa da história. Era 24 de outubro, e não 24 de agosto do ano 79 depois de Cristo como se sustentava até agora. A maioria dos manuais e livros de história se agarraram a essa data com base em uma carta de Plínio, o Jovem, enviada a Tácito. No entanto, alguns especialistas já apontavam que o monge amanuense que deve ter transcrito a carta na Idade Média – provavelmente não entendia nenhuma palavra que copiava – poderia ter cometido alguns erros que anteciparam em dois meses a data fatídica.

A enorme máquina do tempo que Pompeia tem sido há anos continha um erro básico de cálculo para a viagem até aqueles dias. Mas foi corrigido com base na inscrição em uma das paredes das casas que estão surgindo nas novas escavações da chamada zona Regio V. O rabisco de carvão tinha a data do “décimo sexto dia antes das calendas de novembro”, que de acordo com nosso calendário atual corresponderia a 17 de outubro. Isto é, uma semana antes da terrível erupção. Um período que, desta vez, sim, coincidia com a época das frutas carbonizadas encontradas, como castanhas, romãs e nozes. Confira!

Via El País

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ISSN 1018-4783

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